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SÍNDROME PÓS-COVID-19: O Legado da Pandemia

Ainda é difícil estimar o impacto da pandemia da COVID-19 a longo prazo, provavelmente o seu legado se arrastará por anos.  Observa-se que metade dos pacientes, 5 em cada 10 pacientes, que desenvolvem a covid-19 apresentam manifestações clínicas persistentes e recorrentes após o quadro agudo por SARS-CoV-2, o que vem sendo chamado de “condições pós-covid”. A definição deste termo ainda está sob constante discussão na literatura médica, mas podemos defini-lo como o surgimento de manifestações clínicas após o período agudo da covid-19 que não podem ser explicadas por outras etiologias ou diagnósticos alternativos. O mecanismo que envolve a persistência desses sintomas ainda não está totalmente compreendido. O impacto destas sequelas na saúde física, psíquica, social e econômica do paciente também não está completamente elucidado. Sabe-se que qualquer pessoa acometida pela covid-19 pode desenvolver estas manifestações, as consequências são variadas e diferem de acordo com a gravidade e morbidade da doença aguda, bem como, de acordo com a idade, comorbidades e uso ou não de imunossupressores.

A Síndrome Pós-Covid caracteriza-se pela persistência de sintomas ou pelo aparecimento de novos sintomas após a recuperação inicial que vão além de 4 semanas do início do quadro clínico. Estima-se que 10 a 30% dos pacientes com infecção pelo SARS-CoV-2, de forma leve a grave, respectivamente, pode prolongar a sua convalescência. Pessoas assintomáticas também podem desenvolver a síndrome. Após a 12ª semana tem se denominado Condição pós-covid, covid crônica ou prolongada. Alguns aspectos dessa lenta recuperação guardam semelhanças com a Síndrome da Fadiga Crônica Pós Viral ou mesmo a Síndrome Pós Terapia Intensiva (SPTI) em pacientes críticos; porém parece que a Síndrome Pós-Covid é uma entidade única e mais ampla que se sobrepõem a elas e combina em muitos pacientes as complicações adquiridas durante a hospitalização (Figura 1).


Fig 1 – Fonte: CDC – Adaptado da apresentação Alfonso Hernandes-Romieu disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hyDmp8skKOs

Ainda é difícil dizer quais os fatores predisponentes para o desenvolvimento das consequências persistentes da COVID-19; porém, nota-se que os pacientes que sofreram da doença na sua forma grave e os que permaneceram mais tempo na UTI adquiriram sequelas em vários sistemas e são os mais afetados.

Embora seja mais comum em pacientes que foram hospitalizados, sua gravidade não tem correlação com a gravidade da doença aguda. Mesmo pacientes jovens, hígidos e com quadro agudo leve ou mesmo assintomático podem ter sintomas pós-covid ou mesmo sequelas persistentes. Porém, parece pior na população idosa com mais comorbidades e curiosamente com linfopenia persistente.



*Texto extraído do artigo escrito pelos autores: Francisco Luiz Gomide Mafra Magalhães1, Rebecca Saray Marchesini Stival2 e Amanda Flenik Kersten3

  1. Especialista em Clínica Médica e Medicina de Emergência pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), Diretor do Capítulo de Ensino Médico e Epidemiologia Clínica da SBCM – Regional do Paraná, Preceptor da Residência de Clínica Médica Hospital de Clínicas – UFPR e Diretor Clínico da Fisiomed – Clínica de Atendimento Multidisciplinar Pós-Covid
  2. Especialista em Clínica Médica – HCUFPR, Especialista em Pneumologia – HCUFPR, Mestre em medicina interna pela UFPR, Preceptora da Residência de Clínica Médica do Hospital Universitário Cajuru, Professora de Pneumologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
  3. Especialista em Infectologia pelo Hospital das Clínicas – USP Ribeirão Preto (FMRP), Preceptora da Infectologia do Hospital de Clínicas – UFPR, Médica Infectologista do Complexo do Hospital do Trabalhador – Paraná. Médica Infectologista da Fisiomed – Clínica de Atendimento Multidisciplinar Pós-Covid

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